No enfrentamento da
Covid-19, as mulheres e as pessoas negras estão entre os mais
atingidos pela crise quando o assunto é falta de comida na mesa,
segundo revelou o Datafolha. A pesquisa
divulgada recentemente apontou que não há alimentos suficientes na casa de um
em cada quatro brasileiros.
São principalmente as “mães solo” que enfrentam uma enorme
dificuldade para garantir a sua segurança alimentar. Só na cidade de São Paulo,
mais de um milhão de mulheres cuidam sozinhas dos filhos, revelou levantamento
da ONG Rede Nossa São Paulo.
O Coletivo de Apoio à Maternidade Solo, que
atua na capital paulista e cidades do ABC, trabalha para mudar a realidade
dessas mulheres, de forma a impactar o desenvolvimento de centenas de crianças.
O projeto foi criado em março de 2020 por iniciativa de Thais Cassapian,
porta-voz do coletivo. Mãe solo e professora da rede pública,
ela nunca imaginou que viveria a realidade da maternidade solo.
“Foi a partir do coletivo que eu comecei a ver o recorte das
mulheres que estão na periferia, sem poder trabalhar, com filhos dentro de casa
sem irem à escola. Como muitos, eu enxergava apenas as vulnerabilidades da
minha maternidade solo, que é a de uma mulher branca com emprego, ou seja, é um
outro lugar de fala. E por enxergar esse cenário, acabamos crescendo pouco a
pouco”, relata Thais.
Por meio de um aplicativo de mensagens, Thais construiu uma
rede virtual de voluntários que se organizam arrecadando, montando e entregando
kits de doações a 130 famílias atendidas pelo grupo na capital paulista e nas
cidades de Itapevi e Osasco.
Apoiadores
“Temos várias pessoas nessa corrente, desde professores,
administradores, passando por artistas, pessoas de todos os segmentos que foram
se sensibilizando e sentiram esse desejo de contribuir e somar. A palavra
“Coletivo” tem este significado, somar esforços, cada um dentro da sua
possibilidade, cada um fazendo uma parte de todo esse processo e fazendo o
alimento chegar até as pessoas que precisam”, diz Thais.
Todo mês, o coletivo entrega um kit com: cesta básica, frutas
e legumes, 20 ovos, 12 litros de leite integral, um pacote de fraldas
descartáveis (para famílias com bebês) e uma lata de fórmula infantil (para
bebês que não estão em aleitamento materno).
O grupo vai além, buscando parcerias e consultorias para as
mulheres que estão sendo ameaçadas de despejo, para as que precisam receber
acompanhamento psicológico e sobre aleitamento materno. As contribuições muitas
vezes ajudam na compra de coisas básicas, como um berço ou gás de
cozinha.
“A nossa intenção é que mais kits cheguem a um número maior
de mulheres. Que possamos aumentar ainda mais essa rede de apoio para oferecer
não só comida ou consultoria, mas também oportunidades de emprego”, completa
Thais.
Como ajudar o coletivo
As doações para o coletivo podem ser entregues no endereço:
Rua Pedro Madureira, 175 - Jd. São Paulo, ou por meio do site
https://www.coletivomaternidadesolo.com.br/
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