A
Assembleia Legislativa de São Paulo percorreu 8.000 quilômetros pelo
Estado-distância equivalente a ida e volta do Oiapoque ao Chuí- em 26
audiências públicas da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento para
ouvir a população sobre demandas ao Orçamento estadual do próximo ano. Até
agora, mais de mil sugestões foram enviadas ao Legislativo paulista. E nesta
quinta-feira, dia 14 de outubro, a partir das 14h, a comissão realiza o último
encontro na sede do Parlamento para obter as demandas da população.
Ao
todo, as 16 regiões administrativas foram representadas nas reuniões realizadas
nos municípios de Araçatuba, Araraquara, Barretos, Bauru, Campinas, Cubatão,
Euclides da Cunha, Franca, Francisco Morato, Itapecerica da Serra, Itapeva,
Mococa, Ribeirão Preto, Mogi das Cruzes, Tatuí, Osasco, Ourinhos, Piracicaba,
Presidente Prudente, Registro, Santos, São Bernardo do Campo, São José do Rio
Preto, São José dos Campos, São Paulo e Sorocaba.
Quase
500 pessoas se cadastraram pelo site da Alesp para participarem dessas
audiências de forma remota, pela plataforma Zoom. Foi a primeira vez que o
Parlamento usou a tecnologia de reunião virtual, em razão dos impedimentos
causados pela pandemia da Covid-19. Nas cidades, os encontros puderam ser
realizados de forma híbrida, respeitando as regras sanitárias locais.
"A
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo realizou um excelente trabalho ao
promover as audiências públicas do Orçamento de forma híbrida, atendendo as
recomendações sanitárias em razão da Covid-19 e, ao mesmo tempo, garantindo a
participação da população por meios como o portal e o Whatsapp, que foi uma
inovação neste ano", disse o presidente Carlão Pignatari.
O
presidente da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento (CFOP), deputado
Gilmaci Santos (Republicanos), afirmou que o ciclo de reuniões deste ano teve
um saldo muito positivo. "Eu, particularmente, estou muito contente por
ter participado de todas as audiências públicas que nós tivemos em 2021".
"A gente conseguiu colher das autoridades, lideranças e das pessoas mais
simples, suas necessidades, em relação ao orçamento 2022", declarou.
Só
pelas demandas cadastradas pelo site, 46% foram direcionadas à saúde. Para o
parlamentar, além dessa área, a infraestrutura ligada ao transporte e a mobilidade
foi uma das demandas mais apresentadas. "O pleito é geral em quase todas
as regiões do interior", disse. "Eu acho que o governo deveria dar
uma atenção muito especial a esse setor", pontuou.
Juntas,
as áreas de educação, segurança, transporte, meio ambiente e cultura
correspondem a 27,5% das sugestões enviadas pelo site.
Já
as demandas locais e enviadas pelo WhatsApp serão incluídas no relatório final.
De acordo com Gilmaci, a Comissão pretende atender o maior número de demandas
possíveis. "São muitas e nós temos um limite no orçamento, mas vamos
trabalhar para atender o máximo que puder, o máximo que for possível",
concluiu.
Covid-19
Por
conta da pandemia, em 2020 as audiências não foram realizadas. A proposta da
Lei Orçamentária anual recebeu emendas por meio dos parlamentares e logo seguiu
para a avaliação das comissões da Casa para ser votada pelo Plenário.
Nas
audiências para debater o Orçamento 2022, foram adotados novos métodos para que
toda a população pudesse participar sem aglomeração. Por conta disso, foi
utilizado o formato híbrido (presencial e virtual), onde as pessoas estiveram
presentes através da plataforma Zoom ou mesmo presencialmente, com
distanciamento social e uso de máscaras.
Também
foram criados canais de envio de sugestões como WhatsApp, formulário e e-mail.
Além da possibilidade de acompanhar através da TV, das redes e do canal no
YouTube da Rede Alesp.
Emendas
e votação
O
Projeto de Lei 663/2021, que dará origem à Lei Orçamentária Anual de 2022,
chegou à Alesp no dia 30 de setembro e, desde sua publicação no Diário Oficial,
em 1º de outubro, vem recebendo emendas de autoria parlamentar para o
aperfeiçoamento do texto.
O
prazo de protocolo das emendas é de 15 sessões e termina no dia 3 de novembro.
Após esse período, o projeto é deliberado, em até 30 dias, pela CFOP, que é
único órgão da Alesp responsável pela análise do texto. Até que o colegiado
comece a votar a medida, o governador poderá propor alterações para o projeto.
Outra regra relacionada ao orçamento é que os parlamentares não podem pedir
vista e resignar um relator especial.
"Agora
nós vamos escolher o relator, que ainda não foi definido, vamos pegar tudo que
nós ouvimos, apresentar a ele o nosso relatório das audiências públicas, ver se
ele acata ou não a emenda da comissão e trabalhar para isso", explicou
Gilmaci.
Após
a votação do relatório da CFOP, o projeto segue para a análise em Plenário.
Caso receba emendas, a redação final, já com as modificações, voltará para a
análise da comissão dentro de um prazo de dois dias, antes de seguir para o
Plenário novamente. Para a aprovação, basta que a maioria, dos 48 parlamentares
necessários, vote a favor do texto. "Geralmente, o orçamento final é
votado depois do dia 15 de dezembro", afirmou o presidente do colegiado.
Além
disso, todas as emendas propostas devem seguir o Plano Plurianual e a Lei de
Diretrizes Orçamentárias, votada no último semestre. Qualquer sugestão que
indique recursos para pessoal ou serviço da dívida será vedada.
Lei
Orçamentária Anual (LOA)
A
expectativa é que o orçamento para o próximo ano seja 17% maior que o de 2021,
um total de R﹩
286,5 bilhões, onde R﹩27,5
bilhões serão destinados a investimentos. Esses 13,3% também superam os 11,4%
do ano anterior em investimentos, que beneficiarão áreas como a da saúde,
educação, segurança pública, habitação, infraestrutura, logística, proteção
social e geração de empregos.
Ainda
de acordo com o texto, impostos devem ser reduzidos em 2022. Taxas de
medicamentos e equipamentos de petróleo e gás serão zeradas. Já as de alimentos
e bebidas serão reduzidas de 3,69% para 3,2% e de veículos 3,9% para 1,8%.
Última
audiência
O
ciclo de audiências públicas, iniciado no mês de agosto, em Piracicaba, será
finalizado nesta quinta-feira, 14 de outubro, no auditório Franco Montoro, da
Alesp.
Assim como as anteriores, a reunião será realizada
no formato híbrido (presencial e virtual) e será conduzida pelo presidente
da CFOP, deputado Gilmaci Santos.
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