Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que 54% da população brasileira é negra. E mesmo com uma população tão miscigenada o racismo institucional continua fazendo vítimas.
Mas o que é racismo institucional?
Racismo institucional é uma forma de discriminação dentro das empresas que privilegia pessoas em função de sua raça.
Se alguém sente que está recebendo um tratamento diferente por ser negro (a) no seu ambiente de trabalho ou se percebe que, mesmo indiretamente, um (a) colega recebe privilégios porque é branco (a), trata-se de racismo institucional.
Para a advogada especializada em direito trabalhista e sócia de Crivelli, Janaina Ramon, o racismo institucional se manifesta de várias maneiras.
“Se o empregador privilegia ou só tem empregados brancos ou se o trabalhador negro nunca é promovido quando concorre com colegas brancos, ele pode estar sendo vítima de racismo institucional”, explica.
Janaina destaca que anotar as ocorrências e pedir esclarecimentos do empregador pode contribuir para sanar dúvidas e fazê-lo compreender a questão, afinal, é responsabilidade da empresa manter um ambiente inclusivo e sem discriminações.
“Procure perceber e se informar como as contratações são feitas, se candidatos negros também são chamados para entrevistas. Caso perceba que o ambiente de trabalho não é inclusivo, é importante tratar com as lideranças novas formas de reflexão sobre diversidade e quais dificuldades a empresa enfrenta para contratar profissionais. Pequenas mudanças conscientes podem trazer grandes resultados”, continua.
Mas ainda assim, se o trabalhador perceber que os esclarecimentos não são técnicos ou não fazem sentido, ou mesmo que o tratamento é feito de forma jocosa, ele pode estar diante de um empregador que pratica racismo institucional.
“Verifique se sua empresa tem canais de denúncia e anote todo o ocorrido, guardando documentos, provas e outras informações pois, se não resolvido, você poderá pedir ressarcimento futuro decorrente de assédio moral no ambiente de trabalho”, finaliza.
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