Campanha de luta contra as hepatites virais, dá a cor amarela ao mês de julho e marca o dia 28 de julho para alertar para os tipos da doença, riscos de contaminação e formas de prevenção
Instituído há quatro anos, o Julho Amarelo é uma campanha nacional de prevenção e conscientização sobre as hepatites virais, o mês foi escolhido em razão do Dia Mundial da Luta Contra Hepatites Virais, estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 28 de julho. Por sua vez, a escolha da cor amarela está ligada a um dos principais sintomas da doença, que causa pele e olhos amarelados, em função do comprometimento das funções hepáticas.
De acordo com o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais de 2022 do Ministério da Saúde, entre 2000 e 2021 foram notificados cerca de 718 mil casos da doença e mais de 80 mil óbitos em decorrência de complicações da doença no país. A hepatite é uma inflamação no fígado, gerando alterações leves, moderadas ou graves.
De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), na última semana, em laboratórios privados, o número de diagnósticos de hepatite A aumentou 56,2% em janeiro deste ano, em comparação ao mesmo período de 2022. Os casos de hepatite C também tiveram um aumento de 2,4% e somente a hepatite B manteve-se estável no período. Esse levantamento reúne laboratórios responsáveis por 60% dos testes realizados pela saúde suplementar no país.
Nos casos das hepatites virais, que são o foco do Julho Amarelo, as variações são classificadas de A a E, sendo que as mais comuns no Brasil os tipos A, B e C. Entre elas, a B e a C, responsáveis pelo maior número de contágios e de mortes – inclusive por raramente terem sintomas agudos e só serem descobertas por exames de rotina ou quando o fígado já está comprometido, e são transmitidas através de relações sexuais desprotegidas, contato com sangue contaminado ou de mãe para filho durante a gravidez. O tipo A está relacionada a condições de saneamento básico, higiene, água tratada e más condições de alimentos e é transmitida pelo contágio fecal-oral.
“Os sintomas da doença podem demorar anos para aparecerem e em muitos casos a doença pode ser assintomática até entrar na sua fase aguda, quando seu quadro já está agravado e com poucas chances de reversão, por isso a conscientização da população é fundamental para apoiar a prevenção e garantir o diagnóstico precoce”, explica a hematologista do Sabin Diagnóstico e Saúde de Ribeirão Preto, Maria do Carmo Favarin.
Entre os sintomas mais comuns estão cansaço, febre, tontura, mal-estar, enjoo, vômitos, urina escura, fezes claras e um tom amarelado na pele e nos olhos, que é o sintoma mais característico da doença em razão do ataque ao fígado. O agravamento pode comprometer o órgão e causar cirrose ou até mesmo câncer de fígado.
“A vacinação é a principal medida preventiva para os tipos A e B. A primeira dose da vacina para o tipo B deve ser aplicada ao nascer e para o tipo A é recomendada a aplicação aos 15 meses de vida”, esclarece Favarin.
A prevenção da doença inclui também a prática de sexo seguro e o não compartilhamentos de instrumentos cortantes ou objetos de higiene pessoal, além de melhoria no sistema de saneamento básico e na higienização de alimentos.
“O objetivo do alerta e da conscientização é o fato de que quando adequadamente prevenida e precocemente tratada podemos reduzir os impactos da doença, suas complicações e o número de óbitos. Quando diagnosticadas precocemente e iniciado o tratamento correto a doença pode ser controlada e até curada, dependendo do tipo. A hepatite C por exemplo tem cura em mais de 90% dos casos, quando o tratamento é iniciado precocemente e seguido corretamente”, ressalta Maria do Carmo.
O diagnóstico é feito por meio da sorologia para detectar se a hepatite é do tipo A, B, C, D ou E. Além disso, podem ser feitas provas hepáticas e outros exames complementares.
Os resultados dos exames de sangue são rápidos e descobrir a doença de maneira precoce é fundamental para garantir um bom tratamento, evitar complicações e aumentar as chances de cura. Nas situações em que o diagnóstico é confirmado, o médico poderá solicitar exames complementares para detectar se a infecção se encontra ativa e se está em sua fase aguda ou crônica.
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