Jovem brasileira com “a pior dor do mundo” que sair do Brasil para passar por eutanásia

Jovem brasileira com “a pior dor do mundo” que sair do Brasil para passar por eutanásia

Por Gilberto de Almeida 11/09/2024 - 18:20 hs

Jovem brasileira com “a pior dor do mundo” que sair do Brasil para passar por eutanásia
Jovem pretende continuar tratamento enquanto não alcança o objetivo de realizar a eutanásia

Carolina Arruda, uma estudante de veterinária de 27 anos, lida diariamente com a neuralgia do trigêmeo, uma condição sem cura que causa a “pior dor do mundo” de acordo com a ciência.

Recentemente, a jovem viralizou ao compartilhar sua jornada no TikTok, onde expõe as crises que enfrenta com tanta frequência que a impede de fazer qualquer atividade.

“Eu sinto dor 24 horas por dia. Nos últimos dois anos, piorou muito. Só consigo ficar em pé por alguns minutos, não consigo trabalhar ou estudar. Meu marido é quem me dá banho", conta Carolina nas redes sociais.

Devido às restrições legais no Brasil sobre a aeutanásia e o suicídio assistido, que pode ser considerado homicídio doloso para quem realizá-lo, Carolina tomou a difícil decisão de buscar o procedimento no exterior e para isso abriu uma vakinha online.

“[Eu] Busco apenas paz e alívio. [A eutanásia] está mais relacionada com empatia, com fornecer uma morte digna para a pessoa. Se fosse legalizada no Brasil, eu já teria feito”, conta a jovem.

Entenda o que é a Neuralgia do Trigêmeo

A neuralgia do trigêmeo é uma condição neurológica crônica que causa dores excruciantes no rosto que se manifestam como crises frequentes e podem ser desencadeadas por atividades simples do dia a dia, como falar, mastigar, ou até mesmo tocar no rosto.

Essa dor é causada por uma disfunção do “nervo trigêmeo”, o quinto nervo craniano, responsável por transmitir sensações do rosto ao cérebro. Quando ocorre essa disfunção, o nervo é estimulado de forma anômala, causando repetidas dores agudas.


Condição não tem cura e tratamentos são pouco eficazes


Os tratamentos para as dores causadas pela condição são muito escassos e, em geral, pouco eficientes.


Mas para trazer alívio ao paciente podem ser usados medicamentos, como analgésicos e anti convulsivantes, bloqueio nervoso, uso de canabidiol e em casos mais graves, a cirurgia de descompressão vascular.


Tratamentos para dores crônicas são paliativos


De acordo com o neuro-ortopedista e especialista no tratamento de dor, Dr. Luiz Fеlipе Carvalho, os tratamentos para casos de dores crônicas são focados em reduzir a intensidade ou frequência das crises e tornar a vida do paciente um pouco mais tranquila.


“Os tratamentos para dores crônicas são muito importantes para melhorar a qualidade de vida dos pacientes, mas focam apenas em reduzir a intensidade e frequência das crises, não em uma cura definitiva”.


“A depender do tipo de dor crônica e da sua causa podem ser usados vários medicamentos ou técnicas como fisioterapia, acupuntura, células tronco, massagens, cirurgias e acompanhamento mental para ajudar no controle da percepção da dor”, explica Dr. Luiz Felipe Carvalho.