O Governo do Estado de São Paulo decretou situação de emergência para dengue na manhã desta quarta-feira (19). O anúncio foi feito pelo secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva, durante um evento no Centro de Operações de Emergências (COE), localizado no Instituto Butantan. A decisão ocorre em meio ao crescimento alarmante dos casos da doença e busca intensificar as ações de combate à proliferação do mosquito Aedes aegypti.

Até o momento, o estado já registra 104 mortes confirmadas por dengue, enquanto outras 226 estão sob investigação. No total, 117.502 casos da doença foram confirmados. Com uma incidência de 264,3 casos por 100 mil habitantes, São Paulo se aproxima do quadro de epidemia definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Medidas emergenciais

Para enfrentar a situação, a Secretaria de Estado da Saúde anunciou um aumento no financiamento para internações de pacientes com dengue. Além disso, serão investidos R$ 3 milhões na aquisição de 100 novos equipamentos de nebulização portátil e outros 10 de nebulização ambiental. A medida visa intensificar o combate ao mosquito transmissor da doença, principalmente nas regiões mais afetadas.

Atualmente, pelo menos oito regiões atingiram o nível de epidemia: Araçatuba, São José do Rio Preto, São João da Boa Vista, Araraquara, Ribeirão Preto, Marília, Presidente Prudente e Barretos. Entre as cidades com maior número de óbitos estão São José do Rio Preto, com 10 mortes, seguida por Mogi Guaçu (8) e Jaboticabal (6).

 Vacinação e prevenção

A imunização também está sendo reforçada, mas o número de doses aplicadas ainda é baixo. Desde o início da campanha, apenas 107,2 mil doses da vacina contra a dengue foram administradas no estado, com foco na população entre 6 e 16 anos. As autoridades de saúde recomendam que a população intensifique medidas de prevenção, como eliminar recipientes com água parada, usar repelentes e permitir a entrada de agentes de saúde para inspeção e orientação.

A meta do governo é conter o avanço da doença e evitar que os números ultrapassem os registrados no ano passado, quando, na mesma semana epidemiológica, 160 mortes já haviam sido confirmadas. As autoridades reforçam que a colaboração da população é essencial para evitar novos casos e reduzir o impacto da dengue no estado.