Ontem sábado (03), quatro pessoas foram presas acusadas de envolvimento no desvio de 10 milhões de reais que seriam utilizados no Hospital Geral de Carapicuíba e na AME de Carapicuíba, às prisões ocorreram no âmbito da operação Raio X do Mistério Público , deflagrada em setembro de 2020, que apura o desvio de dinheiro público da área da saúde por meio de vários contratos de serviços superfaturados. Desde quando foi deflagrada várias pessoas já foram presas e respondem a processos por organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.
Os valores desviados deviam terem sido aplicados nas unidades de Saúde mencionadas entre dezembro de 2018 e setembro de 2020, ocasião que as unidades foram geridas pela Organização Social de Saúde Associação Irmandade de Pacaembu.
Nesta semana, o Ministério Público da cidade ofereceu denúncia contra 14 pessoas, sendo o líder da organização criminosa, Cleudson Garcia Montali; os integrantes do núcleo administrativo, Fernando Rodrigues de Carvalho, Regis Soares Pauletti e Valdir Donizete Segato; e integrante do núcleo chefia, Marcio Takashi Alexandre. Ainda são réus os donos das empresas que receberam o dinheiro público desviado: Adriana Michels Ferreira, Arthur Leal Neto, Cleuer Jacob Moretto, Eloizio Gomes Afonso Durães, Kelly Nogueira Lopes, Lucirene do Rocio Guandeline e Odair Lopes da Silveira. Também são réus Darly Dias de Souza Monay e Rodrigo Rio Panini, que se tornaram funcionários “fantasmas”, recebendo salários sem comparecer aos postos de trabalho. Cada um responderá pelos crimes para os quais concorreram, como organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.
A Justiça atendeu ao pedido da Promotoria de Justiça de Carapicuíba decretando a prisão e busca e apreensão contra os acusados Regis Pauleti, Fernando Carvalho, Arthur Leal e Eloizio Durães, sendo as ordens cumpridas nesta manhã de sábado (03.07.21).
Foi decretada a prisão também de Cleudson, Marcio Alexandre e Lucirene do Rocio, que já estão respondendo presos a outros processos.
Os demais vão responder em liberdade, mas foram proibidos de acessar sedes ou filiais de pessoas jurídicas que prestam serviços do Poder Público, não podem se ausentarem da comarca de domicílio por mais de 10 dias sem autorização, e estão proibidos de terem contato com as testemunhas do processo e não podem exercer função pública ou atividades em pessoas jurídicas contratadas pelo Poder Público.
De acordo com às informações divulgadas pelo Ministério Público de Carapicuíba a operação ocorreu nas cidades de Agudos, Salto e São Paulo, bem como em Curitiba, no Paraná, e contou a participação de 30 policiais civis do DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais) da Região de Araçatuba. Foram apreendidos documentos, eletrônicos, valores em dinheiro e bens.
Os denunciados serão citados para apresentar resposta à acusação, poderão arrolar testemunhas e produzir outras provas úteis à suas defesas. Para maior celeridade, a Justiça já marcou audiência para dia 20 de outubro (2021).
Todos os denunciados já respondem a ação civil pública pelos mesmos fatos e tiveram seus bens declarados indisponíveis.
A investigação ainda prossegue quanto a outros contratos suspeitos e pessoas envolvidas.
Sobre as pessoas presas
Cleudson Montali, líder do esquema criminoso, ficou recentemente conhecido por tentar enganar o STF com exames médicos falsos, para tentar conquistar sua liberdade.
Regis Pauleti e Fernando Carvalho eram Diretores do Hospital Geral de Carapicuíba e foram responsáveis diretos pelos contratos que justificavam formalmente a saída do dinheiro dos cofres públicos.
Arthur Leal e Eloizio Durães, empresários, receberam dinheiro desviado e devolviam parte para integrantes da organização criminosa.
Eloizio Durães já é bastante conhecido por ter sido um dos integrantes da Máfia da Merenda, desbaratada em 2012. Aqui atuou em superfaturamento do contrato de fornecimento de alimentação por meio da Supera e, ainda, providenciou a compra em nome da empresa de um avião de propriedade do líder da organização criminosa.
Marcio Alexandre repassava ordens do líder, Cleudson, cobrava e exigia execução de tarefas dos demais membros. Ainda figurou como motorista “fantasma” do HGC.
Lucirene do Rocio, diretamente atrelada a Fernando Carvalho, abriu empresas especificamente para os desvios, sacava em dinheiro o produto do crime e distribuía entre os demais membros da organização criminosa.
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