Roubos e furtos de celulares em SP: veja lista de locais com mais ocorrências
Ao longo do ano de 2023, o
Estado de São Paulo registrou 160.038 casos de furto (art.
155) e 141.313 casos de roubo (art. 157) de aparelhos celulares, totalizando
301.351 ocorrências durante o período. Apesar da grandeza dos números, o total
de registros é 10% menor do que o registrado em 2022.
Os
números figuram em levantamento realizado pelo Departamento de Economia do
Crime da Fundação
Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) realizado a
partir da compilação de boletins de ocorrência registrados pela Secretaria de
Segurança Púbica (SSO-SP).
Apesar da boa notícia, o estudo da FECAP revela que o mês de fevereiro de 2023 teve 14% a mais em comparação com fevereiro de 2022: um total de 26.259 ocorrências, divididas entre 14.090 furtos e 12.169 roubos.
Segundo o professor
pesquisador responsável pelo levantamento, Erivaldo Vieira,
o pico de ocorrências no mês de fevereiro pode estar diretamente relacionado
com o Carnaval.
“As festas do
período costumam atrair grandes multidões e propiciar um ambiente onde furtos e
roubos podem ocorrer com mais frequência. As aglomerações e a atmosfera de
festa podem facilitar a ação de criminosos, o que explica o aumento nas
ocorrências durante este período”, afirma Vieira.
Os meses subsequentes a março de 2023 registraram tendência de diminuição mais acentuada nas ocorrências, o que segundo o professor, pode ser atribuída a várias razões, incluindo esforços de prevenção de crimes, melhorias na segurança pública, ou mudanças sazonais no comportamento social e padrões de atividade.
TOTAL DE OCORRÊNCIAS NO ESTADO EM 2023
QUANDO
OCORREM OS CRIMES?
Com
relação ao período do dia em que as ocorrências ocorreram, 32% foram à noite,
(menor visibilidade e vigilância, tornando-se um período propenso para tais
crimes), 25% de madrugada (período em que há menos pessoas nas ruas, aliado a
menor vigilância), 27% à tarde (mesmo em horários de maior movimentação, os
roubos e furtos ainda são frequentes), 15% pela manhã (mostrando que o risco de
ocorrências é distribuído ao longo de todo o dia) e 1% das ocorrências foi
categorizada nos boletins de ocorrência como “em hora incerta”, o que sugere
casos em que o momento exato do crime não foi determinado ou informado.
“Contudo,
como muitas das ocorrências não têm especificadas os dados de período do dia,
não podemos determinar com precisão o perfil completo do risco ao longo do dia.
É importante para as autoridades policiais e para a população estarem ciente da
importância do correto registro da ocorrência para uma interpretação mais
precisa dos dados e para a formulação de estratégias de prevenção de crimes”,
diz o professor.
LOCAIS COM MAIS ROUBOS E FURTOS
A
maioria dos furtos e roubos de celulares ocorre em vias públicas, totalizando
mais de 146 mil casos. Terminais e estações de transporte vêm em segundo, com
cerca de 13,5 mil ocorrências, indicando um risco elevado nesses locais de
grande fluxo de pessoas. Residências, embora menos frequentes, também são
visadas, com mais de 1,6 mil casos.
Comércios,
estacionamentos e restaurantes registram números menores, mas ainda
significativos, refletindo a oportunidade que esses ambientes oferecem para os
criminosos. Locais de lazer e shopping centers apresentam os menores índices,
sugerindo que, apesar da presença de segurança, ainda ocorrem delitos. Em
geral, locais com grande circulação de pessoas são os mais afetados.
CIDADES
COM MAIS OCORRÊNCIAS
O
estudo da FECAP aponta para uma redução de 11% no total geral de ocorrências de
roubo e furto de celulares nas dez cidades com os maiores registros. A
tendência de redução é consistente em quase todas as cidades, o que pode
refletir estratégias eficazes de prevenção de crimes ou melhorias na resposta
policial.
São Paulo, capital, lidera a lista em termos de ocorrências com 180.813 casos, número alto, mesmo tendo registrado uma queda de 10% nos crimes. Campinas e São Bernardo do Campo destacam-se como as cidades com as maiores reduções percentuais (-18% cada); enquanto Ribeirão Preto apresentou a menor redução (-6%) nos casos.
Na
capital paulista, os bairros centrais e os bairros considerados mais nobres
lideram em número de ocorrências, enquanto os bairros mais periféricos, apesar
de sua grande população, registram números menores.
“A
concentração de ocorrências em bairros centrais e nobres pode ser explicada por
diversos fatores, como a presença de áreas turísticas, grande fluxo de pessoas,
atividades noturnas e a presença de smartphones de alto valor nesses locais.
Enquanto isso, os bairros periféricos, apesar de terem grandes populações,
parecem ter menos incidências, o que pode estar relacionado a um menor fluxo de
pessoas com celulares de alto valor nas vias públicas ou diferentes níveis de
vigilância e segurança”, complementa o professor da FECAP.
República
(6.028 casos) e Bela Vista (5.420 casos), bairros centrais, mostram um alto
número de roubos e furtos, o que pode ser atribuído à alta densidade
populacional e à grande circulação de pessoas. Pinheiros (5.154 casos) e Itaim
Bibi (3.543), conhecidos por serem bairros nobres e com intensa atividade
comercial, também apresentam números elevados.
Outros
bairros centrais e de alto padrão, como Jardim Paulista (3137 casos), Vila
Mariana (2990 casos) e Consolação (este aparece duas vezes na tabela, possivelmente
devido a duplicidade do nome nos registros dos boletins de ocorrência, somando
4.584 casos), mostram números significativos, reforçando a tendência de que
áreas com maior poder aquisitivo e concentração de atividades comerciais são
mais visadas.
O
Capão Redondo, um bairro da periferia, destaca-se pelo alto número de roubos
(2.388 casos), mas um número menor de furtos (557 casos), o que pode indicar
uma dinâmica de crime diferente das áreas centrais. Campo Limpo (2.068 casos) e
Grajaú (1.984 casos), também na periferia, apresentam um total de ocorrências
menores em comparação com os bairros centrais e nobres, apesar de sua população
densa. Isso pode refletir uma menor concentração de alvos potenciais, como
turistas e áreas de alto comércio, que são mais comuns no centro e bairros
nobres.
VIAS DA
CAPITAL COM MAIS OCORRÊNCIAS
A
Avenida Paulista lidera com um total de 3.362 ocorrências, sendo 2.825 furtos e
537 roubos. Sua importância como centro financeiro e cultural, com grande fluxo
de pedestres e turistas, faz dela um local com alta incidência de crimes contra
o patrimônio.
Vias
da região da Paulista também aparecem no topo da lista, com a Consolação e
Augusta, trechos com alta circulação de pessoas e atividades comerciais,
figurando como focos de ocorrências de furto e roubo de celulares.
As
avenidas Mário de Andrade e do Estado, juntamente com a Avenida Cruzeiro do
Sul, também apresentam números relevantes, com mais de mil ocorrências cada
uma, refletindo a atividade econômica e a densidade populacional dessas
regiões.
ROUBOS NO TRANSPORTE PÚBLICO DA CAPITAL
O levantamento da FECAP constatou 14.384 ocorrências no transporte público da capital paulista, enfatizando a importância de focar em segurança no transporte como uma questão de prioridade para as políticas públicas.
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