Escola Estadual em situação precária expõe falhas na gestão educacional em São Paulo

Escola Estadual em situação precária expõe falhas na gestão educacional em São Paulo

Por Gilberto de Almeida 29/11/2024 - 20:57 hs

Na Escola Estadual Dr. Ricardo Genésio da Silva, em Osasco , alunos e professores enfrentaram uma semana desafiadora. Após o furto da fiação elétrica, a unidade ficou sem energia em plena onda de calor, mantendo as aulas mesmo sem condições mínimas de conforto e segurança. A resposta da Secretaria Estadual de Educação (Seduc-SP), embora reconheça o furto, deixou muitas perguntas cruciais sem resposta.

A situação na escola
Com o calor excessivo e a falta de ventilação adequada, os relatos apontam para um ambiente insalubre e estressante. Professores e alunos passaram horas em salas abafadas, sem acesso a ventilação adequada e, em alguns casos, até mesmo sem água potável. Apesar disso, as aulas foram mantidas, levantando questionamentos sobre a prioridade dada ao bem-estar da comunidade escolar.

Perguntas sem respostas
Diante do ocorrido, uma lista de 15 questionamentos foi enviada à Seduc-SP, cobrando explicações sobre o protocolo adotado para emergências, a demora na solução do problema, e as medidas preventivas para evitar novas ocorrências. Entre as questões destacam-se:

  • Por que as aulas foram mantidas mesmo com condições inadequadas?
  • Houve impacto na saúde dos alunos e professores?
  • Qual suporte será dado à escola após o furto?
  • Quais ações concretas estão sendo tomadas para prevenir futuros episódios?

A resposta oficial da Secretaria informou que os reparos internos foram concluídos e a energia elétrica foi restabelecida no dia 29. Além disso, destacou um investimento de R$ 11 milhões em infraestrutura para reformas em 26 escolas na região de Osasco. No entanto, as perguntas mais críticas sobre a gestão emergencial e o impacto nos alunos e professores ficaram sem respostas detalhadas.

Impacto na comunidade escolar
A manutenção das aulas em condições adversas gerou indignação entre pais, professores e alunos. Questiona-se se o foco excessivo em manter o calendário letivo comprometeu o bem-estar da comunidade escolar. Há relatos de mal-estar físico e psicológico, que podem ter consequências no aprendizado.

Falta de planejamento e prevenção
Casos de furtos e vandalismo em escolas estaduais são frequentes, expondo a fragilidade da segurança e da infraestrutura. Especialistas apontam a necessidade de planos de contingência claros e da modernização de sistemas críticos, como o de energia elétrica. A ausência de transparência e comunicação efetiva com a comunidade escolar também agrava a situação, gerando desconfiança e insatisfação.

Uma crítica construtiva ao governo
O Governo do Estado de São Paulo tem um papel fundamental na garantia de um ambiente escolar seguro e propício para o aprendizado. É imprescindível que as ações de manutenção e reparo sejam acompanhadas de estratégias de prevenção e de resposta rápida a emergências. A criação de um protocolo estadual claro para situações como furto de infraestrutura e intempéries poderia evitar a repetição de cenários como o enfrentado pela Escola Dr. Ricardo Genésio da Silva.

Além disso, o investimento anunciado em infraestrutura é positivo, mas precisa ser complementado por ações mais robustas de segurança, como sistemas de monitoramento e parcerias com as autoridades locais. Ao mesmo tempo, é essencial fortalecer os canais de diálogo com a comunidade escolar, garantindo que pais, alunos e professores sejam ouvidos e participem ativamente das decisões que afetam o cotidiano escolar.

O que está em jogo?
A situação na Escola Estadual Dr. Ricardo Genésio da Silva não é um caso isolado, mas parte de um cenário mais amplo de desafios enfrentados pelas escolas públicas no estado de São Paulo. A falta de respostas claras e medidas concretas por parte da Seduc-SP reforça a percepção de que há uma desconexão entre as necessidades reais das escolas e as ações do governo.

Conclusão
O episódio evidencia a necessidade de uma gestão educacional mais ágil, transparente e centrada nas pessoas. O governo tem a oportunidade de transformar crises como esta em um ponto de inflexão para implementar mudanças que reforcem a segurança, melhorem a infraestrutura e, principalmente, coloquem o bem-estar da comunidade escolar no centro das decisões. O momento exige compromisso e ação.